
O corpo dá-te sinais, a todos os níveis, mas apenas foste ensinada a olhar e a valorizar aqueles que são mais transversais e evidentes.
Sempre que tens fome, sede, que estás cansada ou que tens vontade de ir à casa de banho, tu percebes aquilo que o corpo te estás a tentar transmitir e atendes a essas necessidades.
Não foste ensinada a escutar o corpo no que diz respeito ao ciclo menstrual. Levaram-te, de forma mais ou menos inconsciente, a experienciar sentimentos de culpa, nojo, raiva e vergonha que impactam diretamente a tua autoestima, a relação que tens com o corpo e a forma como te vês nele.
Mas a verdade, é que o corpo comunica contigo e se estiveres aberta e disponível para prestares atenção aos seus sinais, vais conseguir perceber aquilo que ele te está a tentar transmitir.
Tu vives no teu corpo desde sempre, o corpo é teu, por isso, melhor que ninguém, saberás reconhecer as suas manifestações e responder às suas necessidades.
No que diz respeito à fertilidade, o corpo dá-te um conjunto de sinais aos quais damos o nome de Indicadores de Fertilidade ou biomarcadores.
Estes indicadores sofrem alterações ao longo do ciclo menstrual em função das hormonas dominantes, o que te permite saber uma série de informações, nomeadamente se és saudável, se estás ou não estás fértil e em que fase do ciclo te encontras.
Os principais indicadores de fertilidade a que deves estar atenta são:
- Muco Cervical;
- Temperatura basal;
- Posição do colo do útero.
Quando começas a observar estes sinais de fertilidade e a saber interpretá-los podes usá-los para:
- Escolheres se queres continuar a fazer uso da contraceção hormonal;
- Compreenderes o teu ciclo menstrual;
- Identificares a tua janela fértil;
- Evitar ou alcançar uma gravidez de forma natural;
- Avaliares a tua saúde hormonal;
- Perceber de que forma os teus hábitos e estilos de vida afetam o teu ciclo menstrual;
- Detetares de forma precoce, situações que precisem de ser avaliadas (ciclos irregulares, ciclos anovulatórios, fases lúteas curtas, oscilações nos padrões da temperatura, possíveis défices no funcionamento da tiróide, etc...).
Seres conhecedora do teu corpo e estares consciente e familiarizada com estas dinâmicas, tendo presente os seus benefícios e as suas desvantagens, é um direito que deveria ser transversal a todas as mulheres, independentemente dos seus objetivos.
Não há nada mais gratificante e empoderador para uma mulher do que sentir que tem do seu lado toda a informação necessária para que possa tomar decisões conscientes e informadas sobre o seu corpo, sobre o seu ciclo menstrual e sobre a sua fertilidade.
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